quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ubuntu 9.04

Passadas algumas semanas da disponibilização do Ubuntu 9.04, já muita gente instalou este novo sistema operativo. No entanto, o mais certo é que não esteja a tirar partido de uma das grandes novidades do Ubuntu 9.04. Refiro-me claro ao tão aguardado novo sistema de ficheiros Ext4. Este sistema de ficheiros além de ser uma evolução aprimorada do anterior sistema de ficheiros Ext3, contém um conjunto de optimizações conferindo-lhe uma característica em específico que agrada a todos os seus utilizadores: a velocidade. O grande problema é que o Ext4, por defeito numa instalação normal não é usado mantendo-se na mesma o Ext3. Se fez upgrade da versão 8.10 o mesmo lhe irá acontecer. Para ser sincero nem eu compreendi esta atitude demasiado conservadora dos programadores do Ubuntu, devido ao sistema de ficheiros Ext4 ter atingido um grau de maturidade bastante aceitável. Caso queira corrigir este pormenor e dar um pouco mais de velocidade ao seu sistema, confira de seguida os passos para activar o Ext4. INSTALAÇÃO DE UBUNTU 9.04 No Live CD, quando selecciona a opção Instalar, passa por um conjunto de passos, como selecção de língua, layout do teclado e fuso horário. Uma vez chegado portanto ao passo 4 isto é, o particionador assistido que tenta acompanhá-lo no processo de instalação deve seleccionar a opção, Especificar Partições manualmente (avançado). Agora como pode ver de seguida, ser-lhe-á apresentado o ecrã onde pode preparar as suas partições. Ora dependendo do seu sistema e no caso semelhante ao meu (eu já tinha o ubuntu 8.10 instalado mas instalei por cima) irá aparecer-lhe duas partições. A partição do tipo “swap”, é usada pelo ubuntu para troca de ficheiros entre a sua memória principal e o disco servindo como uma memória virtual. Quanto a esta partição não necessitará de lhe mexer, devendo portanto seleccionar a partição do tipo ext3 e seleccionar em baixo a opção “Editar partição”. Caso não lhe apareça nenhuma partição terá que seleccionar a opção “Nova Partição” e especificar uma partição do tipo Swap, com um valor em Megabytes igual ou superior ao da sua memória RAM, no caso de possuir uma máquina com pouca memória. Poderá depois de concluir seleccionar novamente a opção “Nova Partição” e proceder o passo seguinte. Na nova caixa de diálogo Editar uma Partição (ou Nova Partição dependendo se lhe apareceram partições no passo anterior), poderá caso não esteja satisfeito aumentar ou diminuir o tamanho da sua partição. Contudo, caso queira ocupar a totalidade do seu disco com o Ubuntu, pode especificar o espaço do seu disco menos o espaço reservado pela swap. A parte mais significativa deste processo joga-se nesta caixa de diálogo. Isto é, terá de seleccionar na opção “Utilizar Como” o item “Sistema de Ficheiros Ext4 com Jornal”. De seguida seleccione a opção “Formatar a Partição” e no campo Mount Point selecione “/”. A partir de agora poderá continuar com o wizard e proceder seguramente à conclusão do processo de instalação. Uma vez concluído irá notar de imediato uma aumento da velocidade do sistema relativamente ao Ubuntu 8.10, logo na primeira vez que entrar no sistema. UPGRADE DE UBUNTU 8.10 PARA 9.04 Caso tenha optado por um upgrade terá que fazer um processo mais trabalhoso de conversão do seu sistema de Ext3 para Ext4 por consola (nada de mais na realidade). Se não se quiser maçar com estes comandos e pretender na mesma testar o Ext4, o melhor a fazer é realizar cópias de segurança dos seus dados e tentar instalar o ubuntu como referi anteriormente. É garantido que não terá problemas na instalação se seguir o processo anterior. Antes de tentar os seguintes comandos nunca é de mais lhe relembrar: Faça cópias de segurança dos seus dados. Depois do aviso, apresento-lhe os passos a seguir e respectivos comandos necessários com uma breve descrição do que cada um faz. Identifique o caminho para a sua partição de dados Ext3. Caso não tenha mais nenhum sistema operativo no seu disco quase de certeza que a sua partição primária do sistema, está situada em /dev/sda1. Caso tenha dúvidas pode escrever na consola, cat /etc/fstab, nesse ficheiro procure a linha que contêm a designação do sistema ext3. Deve ter por cima dessa linha uma designação em forma de comentário a dizer “/ was on /dev/sda1 during instalation” (por exemplo). Será neste caso portanto /dev/sda1 que deve usar. Vou assumir nos passos seguintes que /dev/sda1 é o caminho certo para a sua partição principal. Arranque com o Live CD do Ubuntu no seu computador e abra a consola (deve mantê-la sempre aberta até ao final do processo) Execute o seguinte comando para poder realizar todos os seguintes comandos com privilégios de administração (root): sudo bash Active as funcionalidades do sistema de ficheiros Ext4 no seu sistema de ficheiros actual: (atenção que o parâmetro -O contém letra de alfabeto “ó” e não zero ) tune2fs -O extents,uninit_bg,dir_index /dev/sda1 Execute o seguinte comando para corrigir algumas estruturas de ficheiros que foram mudadas: e2fsck -fD /dev/sda1 De seguida tente aceder à sua nova partição ext4: mount -t ext4 /dev/sda1 /mnt Edite o ficheiro /etc/fstab que é lido no arranque para activar as partições do sistema: gedit /mnt/etc/fstab Mude de: # /dev/sda1 UUID=XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX / ext3 relatime,errors=remount-ro 0 1 para: # /dev/sda1 UUID=XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX / ext4 relatime,errors=remount-ro 0 1 (Não altere o UUID, os X’s que exemplifiquei correspondem geralmente a um valor alfanumérico aleatório) Não se esqueça de guardar as alterações. Finalmente precisa de instalar a nova versão do GRUB que vem no Ubuntu 9.04. Isto porque este gestor de arranque de sistemas operativos que vem incluído no Ubuntu 8.10, não é compatível com o novo sistema de ficheiros Ext4 do Ubuntu 9.04. Não se preocupe a instalação é tão simples como o seguinte comando (junte os dois “-” no root-directory e no recheck): grub-install /dev/sda - -root-directory=/mnt - -recheck Terminadas estas alterações, feche a consola, reinicie o sistema e retire da gaveta do seu leitor óptico o Live CD. O seu sistema estará convertido no formato Ext4 se tudo correu bem. Não foi assim tão difícil como esperava pois não? E dependendo do caso em que está, não terá que executar muito mais que meia dúzia de passos, para tirar partido de imediatas melhorias de performance no seu PC.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Protecção de Redes wireless

Vou tentar explicar da melhor maneira possível como podemos proteger uma rede wireless: existem muitas opções, umas boas e outras já ultrapassadas mas que mesmo assim ainda são utilizáveis. A área é muito vasta e por isso mesmo vou tentar explicar o melhor delas de modo a que se possa perceber o que cada uma é e o que faz. Relembro também que as coisas que aqui vou falar são de um âmbito geral, existem equipamentos que permitem fazer este tipo de configurações e outros não e, como não vou falar especificamente em equipamentos, falo de um modo geral nas opções que apresentam. Numa Rede Wireless existem basicamente 3 grandes áreas em que podemos intervir no âmbito da segurança: a propagação do nome da rede (SSID), a rede em si (DHCP) e outros critérios. Propagação do Nome da Rede -> SSID SSID Service Set IDentifier: isto basicamente é o que identifica a nossa rede wireless, é isso que o router ou as placas em modo AD-HOC "espalham" de modo a poderem ser captadas. O primeiro passo é alterar o nome de fabrica que o nosso router tem a nível do seu SSID, coloquem algo que seja fácil de lembrar e, o mais importante, desactivem o Broadcast: desactivando isto, so as pessoas que saibam o nome da rede a podem identificar. Porque se deve desligar? Simples: geralmente o uso não autorizado das redes wireless é feito devido à rede estar a ser anunciada a todos, e se desligarem o Broadcast do SSID e alterarem o seu nome, torna-se bastante mais difícil a identificação e ligação à vossa rede. Encriptação: WEP e WPA WEP Wired Equivalent Privacy: basicamente é um protocolo de encriptação, isto devia de ser usado para encriptar a vossa ligação tornando-a mais segura pois, só seria possível ligar-se e receber informação da rede se tivessem o conhecimento da key de encriptação. Este método tornou-se obsoleto à ja algum tempo, qualquer computador hoje em dia consegue desencriptar uma key de 128bits muito rapidamente, no entanto usar uma rede com WEP activo serve geralmente para correr com aqueles nossos vizinhos abelhudos que gostam de andar a tentar ligar-se às redes alheias. No entanto, como se trata de protocolos de encriptação, para que a ligação funciona em óptimas condições é preciso que o router esteja em óptimo estado e que, acima de tudo, o Sistema Operativos das maquinas ligadas à rede estejam em perfeitas condições, isto porque, sempre que existe troca de informação entre router e pcs e vice versa, ambas as maquinas têm de encriptar e desencriptar toda a informação que passa, se alguma estiver com problemas toda a rede vai sofrer uma enorme quebra de performance, toda a situação agrava-se mais com o aumento do nível de encriptação. Eu não recomendo o uso de WEP pois já esta mais que ultrapassado. WPA Wi-Fi Protected Access: este método de encriptação é uma versão bastante melhorada do WEP pois ja tem autenticação. Existem 2 métodos de WAP, o Radius (que necessita de uma 3ª maquina a fazer de servidor de autenticação) e WPA-PSK que basicamente é criar uma Password encriptada de acesso à rede. Visto que ter uma terceira maquina para servidor e autenticação é algo que muitos ainda não podem ter, o ideal pode ser em activar unicamente a WPA-PSK e na sua configuração criar uma password alfa-numérica, não muito directa, de modo a que, só sabendo essa password é possível estabelecer uma ligação segura à rede. DHCP - Mudar, Limitar e Desactivar DHCP Dynamic Host Configuration Protocol: O servidor que fornece IP's às maquinas que se ligam à nossa Rede Wireless, uma das seguranças mais importantes da nossa rede é limitar o numero de ligações à mesma, como tal, um dos métodos que se deve de usar é, 1º Mudar a gama de IP's que o router ira usar, geralmente a gama de ips é 192.168.xxx.xxx, o ideal é mudar essa gama de IP's para algo fora desse Standard MAS mantendo a classe de IP's. Explicação -> Atribuição de IP's Para quem não sabe, existem regras a nível da atribuição de IP's pois, caso não existisse a Internet e tudo o que mexe com IP's seria um perfeito CAOS, como tal, foram criadas regras: A IANA Internet Assigned Numbers Authority criou uma serie de Standards que se deve de guiar para nao criar confusao, como tal foi estabelecido que, para redes privadas, deveria de ser usado 3 gamas de ips: 10.0.0.0 - 10.255.255.255 172.16.0.0 - 172.31.255.255 192.168.0.0 - 192.168.255.255 Ninguém nos obriga a usar exclusivamente estas gamas MAS usando estas não iremos ter problemas de acesso a paginas existentes na internet. Exemplo: estou a configurar a minha rede privada e escolho, em vez de ips destas 3 gamas, usar por exemplo ips da gama 213.22.xxx.xxx, ora se existirem paginas na internet que usem também estas gamas, sempre que um pc da minha rede privada quiser aceder a essas paginas ira pensar que as mesmas se encontram dentro da rede privada e, como tal, nunca as ira conseguir abrir. Foi para evitar estes problemas que foram criadas estas regras/standards. mais informações: http://www.iana.org/faqs/abuse-faq.htm http://www.isi.edu/in-notes/rfc1918.txt http://www.rfc-editor.org/rfc/rfc3330.txt (IPV4 Geral) http://www.rfc-editor.org/rfc/rfc2373.txt (IPV6 Geral) Seguindo ainda dentro do DHCP, para alem de se mudar a gama, devemos de Limitar também quantos ips o servidor devera distribuir, como sabemos quantos? fazendo uma estimativa de quantos pcs se irão ligar à rede e depois acrescentar +1, por exemplo, a nossa rede vai ter 3 maquinas ligadas, devemos de limitar o DHCP a 4 IP's e nada mais, caso seja preciso depois no futuro podemos sempre acrescentar mais entradas. Por fim, devemos Desactivar o DHCP, sendo este um dos passos mais importantes pois, com a gama de ips mudada, com o DHCP limitado e desligado, so as pessoas com conhecimento das condições de como a rede esta montada se poderá ligar à mesma.

MAC Address FILTER MAC Address FILTER Media Access Control Address Filter: Filtrar as placas que têm autorização para se ligar à nossa rede, hoje em dia ja todos ou quase todos os routers wireless têm esta opção, a ideia é permitir a entrada na nossa rede, aquelas placas que têm Autorização explicita para se ligar nela, existem sempre algures nos routers ou AP's uma listagem chamada de MAC FILTER que permite colocar-se os MACs das placas que queremos. Como descobrir o MAC Adress das vossas placas? vejam esta pagina que explica bastante bem, em vários sistemas, como o fazer. Por Ultimo: Dados de Autenticação no Router este é dos pontos mais importantes, alias, deve de ser o primeiro e nao o ultimo ponto a ser feito, deve-se de imediatamente alterar os dados de login que o router trás de fabrica pois assim, so nos, sabendo os novos dados, podemos mexer no router. Outros Metodos: existem mais métodos de protecção, mas todos eles implicam a existência de terceiras maquinas a fazer de servidor de autenticação, podemos montar Servidores em Active Directory fazendo autenticação por Certificado Digital, por autenticação de maquina, por Radius server (que já mencionei), por n maneiras diferentes aos quais não irei falar pois, para um user comum não são opções válidas.

Generalizando e Concluindo

Para protegerem a vossa rede, na minha humilde opinião, deverão fazer as seguintes Opções:

*Mudar os dados de Autenticação no router, isto é, Alterar Username e Password *Mudar e Desactivar o SSID *Mudar, Limitar e Desactivar o DHCP *Não usar WEP, mas sim activar com password alfa-numérica WPA-PSK *Activar MAC FILTER

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fibra óptica

É um filamento de vidro ou de materiais poliméricos com capacidade de transmitir luz. Tal filamento pode apresentar diâmetros variáveis, dependendo da aplicação, indo desde diâmetros ínfimos, da ordem de micrómetros (mais finos que um fio de cabelo) até vários milímetros.

A fibra óptica foi inventada pelo físico indiano Narinder Singh Kapany. Há vários métodos de fabricação de fibra óptica, sendo os métodos MCVD, VAD e OVD os mais conhecidos.

Funcionamento:

A transmissão da luz pela fibra segue um princípio único: é lançado um feixe de luz numa extremidade da fibra e, pelas características ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra através de reflexões sucessivas.

A fibra possui no mínimo duas camadas: o núcleo e o revestimento. No núcleo, ocorre a transmissão da luz propriamente dita. A transmissão da luz dentro da fibra é possível graças a uma diferença de índice de refracção entre o revestimento e o núcleo, sendo que o núcleo possui sempre um índice de refracção mais elevado, característica que aliada ao ângulo de incidência do feixe de luz, possibilita o fenómeno da reflexão total.

A s fibras ópticas são utilizadas como meio de transmissão de ondas electromagnéticas (como a luz) uma vez que são transparentes e podem ser agrupadas em cabos. Estas fibras são feitas de plástico ou de vidro. O vidro é mais utilizado porque absorve menos as ondas electromagnéticas. As ondas electromagnéticas mais utilizadas são as correspondentes à gama da luz infravermelha.

A fibra óptica não é susceptível a interferências electromagnéticas, uma vez que não transmite pulsos eléctricos, como acontece com outros meios de transmissão.

O meio de transmissão por fibra óptica é chamado de "guiado", porque as ondas electromagnéticas são "guiadas" na fibra, embora o meio transmita ondas omnidireccionais, contrariamente à transmissão "sem-fio", cujo meio é chamado de "não guiado". Mesmo confinada a um meio físico, a luz transmitida pela fibra óptica proporciona taxas de transmissão elevadíssimas, com baixa taxa de atenuação por quilómetro. Mas a velocidade de transmissão total possível ainda não foi alcançada pelas tecnologias existentes.

Os cabos de fibra óptica atravessam oceanos. Nos anos 80, ficou disponível o primeiro cabo de fibra óptica desse tipo, instalado em 1988, e tinha capacidade para 40.000 conversas telefónicas simultâneas, usando tecnologia digital. Desde então, a capacidade dos cabos aumentou. Actualmente, alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade para 200 milhões de circuitos telefónicos.

Para transmitir dados pela fibra óptica, é necessário um equipamento especial chamado infoduto, que contém um componente foto emissor, que pode ser um diodo emissor de luz (LED) ou um diodo laser. O foto emissor converte sinais eléctricos em pulsos de luz que representam os valores digitais binários (0 e 1).

Em Virtude das suas características, as fibras ópticas apresentam bastantes vantagens sobre os sistemas eléctricos:

  • Dimensões Reduzidas

  • Capacidade para transportar grandes quantidades de informação (Dezenas de milhares de conversações num par de Fibra);

  • Atenuação muito baixa, que permite grandes espaçamentos entre repetidores, com distância entre repetidores superiores a algumas centenas de quilómetros.

  • Imunidade às interferências electromagnéticas;

  • Matéria-prima muito abundante;

  • Custo Cada vez mais baixo;

Estrutura da Fibra Óptica

As fibras ópticas são constituídas basicamente de materiais dieléctricos (isolantes) que, como já dissemos, permitem total imunidade a interferências electromagnéticas;

A fibra óptica é composta por um núcleo envolto por uma casca, ambos de vidro sólido com altos índices de pureza, porém com índices de refracção diferentes. O índice de refracção do núcleo (n1) é sempre maior que o índice de refracção da casca (n2). Se o ângulo de incidência da luz numa das extremidades da fibra for menor que um dado ângulo, chamado de ângulo crítico ocorrerá à reflexão total da luz no interior da fibra.

Estrutura:

  • Núcleo: O núcleo é um filamento de vidro ou plástico fino, por onde passa a luz. Quanto maior o diâmetro do núcleo, mais luz ele pode conduzir.

  • Casca: Camada que reveste o núcleo. Por possuir índice de refracção menor que o núcleo, impede que a luz seja refractada, permitindo assim que a luz chegue ao dispositivo receptor.

  • Capa: Camada de plástico que envolve o núcleo e a casca, protegendo-os contra choques mecânicos e excesso de curvatura.

  • Fibras de resistência mecânica: São fibras que ajudam a proteger o núcleo contra impactos e tensões excessivas durante a instalação. Geralmente são feitas de Kevlar.

  • Revestimento externo: É uma capa que recobre o cabo de fibra óptica.

Tipos de Fibra Óptica

Fibras Multimodo (MMF Multimode Fiber)

Foram as primeiras a serem comercializadas. Porque possuem o diâmetro do núcleo maior do que as fibras monomodais, de modo que a luz tenha vários modos de propagação, ou seja, a luz percorre o interior da fibra óptica por diversos caminhos. Os conectores e transmissores ópticos utilizados neste tipo de fibras são os mais baratos.

Multimodo de Índice Degrau

Possuem um núcleo composto por um material homogéneo de índice de refracção constante e sempre superior ao da casca. As fibras de índice degrau possuem mais simplicidade na sua fabricação e, por isso, possuem características inferiores aos outros tipos de fibras a banda passante é muito estreita, o que restringe a capacidade de transmissão da fibra. As perdas sofridas pelo sinal transmitido são bastante altas quando comparadas com as fibras monomodo, o que restringe suas aplicações com relação à distância e à capacidade de transmissão.

M ultimodo de Índice Gradual

Possuem um núcleo composto com índices de refracção variáveis. Esta variação permite a redução do alargamento do impulso luminoso. São fibras mais utilizadas que as de índice degrau. Os raios de luz percorrem caminhos diferentes, com velocidades diferentes, e chegam à outra extremidade da fibra praticamente ao mesmo tempo, aumentando a banda passante e, consequentemente, a capacidade de transmissão da fibra óptica.

São fibras com tecnologia de fabricação mais complexa e que possuem como características principais uma menor atenuação 1dBm/km e maior capacidade de transmissão de dados (largura de Banda de 1Ghz).

Fibras Monomodo (SMF Single Mode Fiber)

As fibras monomodo são adequadas para aplicações que envolvam grandes distâncias, embora requeiram conectores de maior precisão e dispositivos de alto custo. Nas fibras monomodais, a luz possui apenas um modo de propagação, ou seja, a luz percorre interior do núcleo por apenas um caminho. As dimensões do núcleo variam entre 8 ηm a 10 ηm, e a casca em torno de 125 ηm. As fibras monomodais também se diferenciam pela variação do índice de refracção do núcleo em relação à casca; classificam-se em Índice Degrau Standard, Dispersão Deslocada (Dispersion Shifted) ou Non-Zero Dispersion.

As características destas fibras são muito superiores às multimodos, banda passante mais larga, o que aumenta a capacidade de transmissão. Apresenta perdas mais baixas, aumentando, com isto, a distância entre as transmissões sem o uso de repetidores de sinal. Os enlaces com fibras monomodo, geralmente, ultrapassam 50 km entre os repetidores.

Normas para Cablagem em Fibra Óptica

ANSI/EIA/TIA TSB72 – Guia para gestão centralizada de dispositivos de fibra óptica.

Especifica um conjunto de directrizes para administrar sistemas de fibra óptica no ambiente da sala de equipamentos utilizando sistema de racks e armários de telecomunicações.

ANSI/EIA/TIA 526-14 – Especificações técnicas para medidas ópticas multimodo.

Este documento especifica procedimentos usados para medir um link de fibra óptica multimodo, incluindo terminações, componentes passivos, fontes de luz, calibração e interpretação de resultados.

ANSI/EIA/TIA 526-7 – Especificações técnicas para medidas ópticas monomodo.

Tem a mesma função do documento anterior, só que para fibras monomodo.

ANSI/EIA/TIA 568 – Componentes para Cabeamento de fibra óptica.

Esta norma especifica os requisitos mínimos para componentes de fibra óptica, tais como cabos, conectores, hardware de conexão, patch cords e equipamento de teste de campo.

Topologias de redes de Fibra Óptica

Analisando as topologias dos provedores de telecomunicações observarmos quatro arquitecturas:

  • Conexões ponto-por-ponto ópticas;

  • Anéis SDH/SONET;

  • Redes ATM;

  • Redes IP.

Conexões ponto-por-ponto: essas conexões feitas através de fibras ópticas dedicadas, conhecidas como "dark fiber", utilizam a tecnologia DWDM de múltiplos canais ópticos – lambdas – cada um usando uma cor de laser diferente através de uma fibra simples. Esses canais ópticos, 160 por fibra, podem transportar diferentes fluxos de bits.

Anéis SDH/SONET: os provedores de telecomunicações organizam as suas redes através de anéis SDH (ou SONET pelo padrão americano).

Os anéis SDH são formados por canais ópticos ponto-por-ponto – lambdas – conectados através de conectores de passagem digitais (DCE – digital cross-connects) ou por multiplexadores add/drop (ADM – add/drop multiplexor). Estes anéis que podem ser formados por duas ou quatro fibras e utilizam o conceito de uma fibra em operação e outra em espera. Quando o circuito principal apresenta uma falha, o outro entra em operação. O resultado é um circuito de alta capacidade de transmissão que varia entre 155 Mbps (OC-3) a 10Gbps (OC-192).

Redes ATM: As redes SDH/SONET oferecem conexões de alta capacidade e banda de transmissão fixa através da rede. Porém, os clientes desejam serviços de rede fim-a-fim, na maioria das vezes com taxas de transmissão menores que as oferecidas pelas redes SDH/SONET. Desta forma, os provedores de telecomunicações devem multiplexar a transmissão em diferentes canais para voz, dados e vídeo. Para fazer isso os provedores utilizam switches ATM (Assynchronous Transfer Mode) que criam vários circuitos virtuais (VC) na rede. Em caso de falha de um circuito, a rede ATM pode reenviar o tráfego por outra conexão SDH/SONET.

Redes IP: Como os clientes adoptaram o padrão IP para as aplicações, os provedores de telecomunicações adicionaram às suas redes serviços de transporte IP. Os routers são conectados aos switches ATM usando os canais virtuais (VC). As informações entre os routers são trocadas através do protocolo OSPF ou IS-IS.

Arquitecturas de redes de Fibra Óptica

Solução FTTx é um termo genérico para designar arquitecturas de redes de transmissão de alto desempenho, baseadas em tecnologia óptica. São redes totalmente passivas também designadas por PON (Passive Optical Network). De maneira geral, a partir da Central - CO/Central Office, o sinal é transmitido por uma rede óptica onde, numa região mais próxima dos assinantes, este é dividido e posteriormente encaminhado às respectivas (ONTs - Optical Network Terminal) localizadas nos respectivos assinantes.

Uma rede de transmissão baseada em arquitectura PON é composta pelos seguintes segmentos:

  • Central de Equipamentos/Headend: local onde ficam instalados os equipamentos ópticos de transmissão (OLTs) e o Distribuidor Geral Óptico (DGO) responsável pela interface entre os equipamentos de transmissão e os cabos ópticos de transmissão.

  • Rede Óptica Troncal/Feeder: composto basicamente por cabos ópticos que levam o sinal da central aos pontos de distribuição. Estes cabos ópticos podem ser subterrâneos ou de aéreos. Para aplicação PON as fibras são do tipo monomodo.

  • Pontos de Distribuição de Fibras: De maneira a optimizar o aproveitamento das fibras ópticas, as redes PON apresentam-se, geralmente, em topologia Estrela. Nesta configuração, os pontos de distribuição fazem a divisão do sinal óptico em áreas mais distantes da central, reduzindo o número de fibras ópticas para atendimento a estes acessos. Neste ponto de distribuição são realizados a divisão, distribuição e gestão do sinal óptico associados a esta área.

  • Rede Óptica Distribuição: formada por cabos ópticos, levam o sinal dos pontos de distribuição às áreas específicas de atendimento. Estes cabos geralmente são do tipo auto-sustentado com núcleo seco para facilidade de instalação. Associados a estes cabos, são utilizados caixas de emenda para derivação das fibras para uma melhor distribuição do sinal. Caixas de emenda também denominadas NAP/Network Access Point, são devidamente colocadas para a distribuição do sinal realizando a transição da rede óptica feeder à rede terminal denominado de rede drop.

  • Rede Óptica Drop: composto por cabos ópticos auto-sustentados de baixa formação de número de fibra. A partir da caixa de emenda terminal (NAP), levam o sinal óptico até ao assinante propriamente dito. O elemento de sustentação geralmente é utilizado para realizar a ancoragem do cabo à casa/prédio do assinante. Podem terminar em pequenos DIOs (Distribuidor Interno Óptico - para transição do cabo para cordão óptico) ou em pequenos bloqueios ópticos (FOB - para transição do cabo para extensão óptica) no interior da casa/prédio. Devido às grandes restrições de espaço, geralmente são utilizadas fibras ópticas de características especiais para se evitar perda de sinal por curvaturas acentuadas (fibra óptica tipo bend insensitive - All Wave Flex®).

  • Rede Interna: a partir do bloqueio óptico (FOB) ou distribuidor interno óptico (DIO), são utilizadas extensões ópticas ou cordões ópticos para realizar a transição do sinal óptico da fibra ao receptor interno do assinante.

Os principais modelos de arquitecturas actualmente aplicadas definem onde o terminal óptico de recepção é implementado. São os seguintes:

  • FTTB (Fiber To The Building) - edifícios de grande dimensão

  • FTTA (Fiber To The Apartment) - até ao subscritor individual

  • FTTH (Fiber To The Home) - até ao subscritor individual

  • FTTO (Fiber To The Office) – a grandes clients

  • FTTZ (Fiber To The Zone) – a grupos de utilizadores institucionais

  • FTTC (Fiber To The Curb) - unidades remotas.

FTTB (Fiber To The Building)

É uma arquitectura de rede de transmissão óptica, onde a rede drop finaliza na entrada de um edifício (Comercial ou Residencial). A partir deste ponto terminal, o acesso interno aos utilizadores é realizado geralmente através de uma rede metálica de cablagem estruturada.

FTTA (Fiber To The Apartment)

É uma arquitectura de rede de transmissão óptica, onde a rede drop entra no edifício (Comercial ou Residencial) chegando a uma sala de equipamentos. A partir desta sala, o sinal óptico pode sofrer uma divisão do sinal através do uso de splitters ópticos, sendo posteriormente encaminhado individualmente a cada apartamento/escritório..

FTTH (Fiber To The Home)

É uma arquitectura de rede de transmissão óptica, onde a rede drop entra na residência do assinante que é servido por uma fibra óptica exclusiva para este acesso. Geralmente entre a rede drop de descida e a rede interna do assinante, é utilizado um mini-Dio ou um bloqueio óptico (FOB) para realizar a transição do sinal óptico para o interior da residência. Após esta transição, o sinal é disponibilizado através de uma extensão ou cordão óptico para o receptor óptico do assinante.

FTTO (Fiber To The Office)

Esta arquitectura refere-se à instalação de fibra óptica a partir do escritório central para uma empresa específica com escritório num prédio, ou um negócio, casa ou apartamento.

FTTZ (Fiber To The Zone)

Nesta arquitectura, o sinal óptico é levado da central até a uma área de concentração de utilizadores, que são constituídos por uma ou mais secções de serviço convencionais;

FTTC (Fiber To The Curb)

Esta arquitectura é constituída por unidades remotas que atenderão poucos utilizadores a uma distância de dezenas de metros;

FDDI

O padrão FDDI (Fiber Distributed Data Interface) foi estabelecido pelo ANSI (American National Standards Institute) em 1987. Este padrão abrange o nível físico e de ligação de dados (as primeiras duas camadas do modelo OSI).

A expansão de redes de âmbito mais alargado, designadamente redes do tipo MAN (Metropolitan Area Network), são algumas das possibilidades do FDDI, tal como o facto de poder servir de base à interligação de redes locais, como nas redes de campus universitários, por exemplo.

A s redes FDDI adoptam uma tecnologia de transmissão idêntica à das redes Token Ring mas, utilizando cabos de fibra óptica, o que lhes concede capacidades de transmissão muito elevadas (em escala de Gigabits por segundo) e a oportunidade de se alargarem a distâncias de até 200 Km, conectando até 1000 estações de trabalho. Estas particularidades tornam este padrão bastante indicado para a interligação de redes através de um backbone – nesse caso, o backbone deste tipo de redes é justamente o cabo de fibra óptica duplo, com configuração em anel FDDI, ao qual se ligam as sub-redes. O FDDI utiliza uma arquitectura em anel duplo.

FOIRL

FOIRL (Fiber Optic Inter-Repeater Link) é um método de conexão de repetidores em redes Ethernet baseadas em fibra óptica. Definido pelo padrão IEEE 802.3c.

A norma FOIRL foi publicada em 1989 pelo IEEE, com o objectivo de permitir a ligação de segmentos Ethernet remotos até a uma distância de 1000m. A especificação original permitia apenas a ligação de dois repetidores no entanto, os fabricantes modificaram o sistema para permitir ligar mais segmentos, bem como estações de trabalho. Essas mudanças foram incorporadas na norma 10BASE-F, que veio para substituir o FOIRL.

Webgrafia

http://cavalcante.us/Concursos/Analista_de_Sistemas/Material_Peter/Multiplus/apostilas/redes_fisicas_cabeamento/redes_locais_v1.0.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/FDDI

http://paginas.ulusofona.pt/p1662/ComunicacaoDados/rcd_cap_4_2.pdf

http://www.javvin.com/telecomglossary/FTTO.html

http://www.furukawa.com.br/portal/page?_pageid=393,1365734&_dad=portal&_schema=PORTAL

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_%C3%B3ptica